domingo, outubro 08, 2006

Basilisco



"Basilisco sendo atacado por uma doninha"

Basilisco

Em algumas descrições, O basilisco é uma serpente fantástica. Plínio o descreve como uma serpente com uma coroa dourada (mais detalhes adiante). Durante a Idade Média era representado como tendo uma cabeça de galo ou, mais raramente, de homem. Para a heráldica, o basilisco é visto como um animal semelhante a um dragão com cabeça de galo; em outras descrições, porém, a criatura é descrita como um lagarto gigante. O basilisco é capaz de matar com um simples olhar. O único jeito de matá-lo é fazendo o ver seu próprio reflexo em um espelho, considerando-se que alguém chegue perto o bastante...complicado né? E ainda lembra a lenda da medusa.

Os basiliscos são inimigos mortais dos grifos (com eu bem disse no tópico dedicado a estes anteriormente). O parente mais próximo do Basilisco é a cocatrice, um réptil alado com pernas e crista de galo.

Esse animal era chamado o rei das serpentes, tendo na cabeça, para confirmar essa realeza, uma crista em forma de coroa. Supunha-se que nascia do ovo de um galo, chocado por sapos ou serpentes.

Muitos já dizem que havia várias espécies de basilisco. Uma delas queimava todo aquele que dela se aproximava. Uma Segunda assemelhava-se à cabeça da Medusa e sua vista causava tal horror que provocava a morte imediata. Em "Ricardo III" de Shakespeare, Lady Ana, em resposta ao galanteio de Ricardo acerca de seus olhos, retruca: "Fossem eles os do basilisco, para te ferir de morte!"

O basilisco era chamado rei das serpentes porque todas as outras cobras, comportando-se como bons súditos e muito sensatamente não desejando serem queimadas ou fulminadas, fugiam logo que ouviam à distância o silvo de seu rei, ainda que estivessem se banqueteando com a mais deliciosa presa, deixando o manjar para o monstruoso monarca.

O naturalista romano Plínio, assim descreve o basilisco: "Não arrasta o corpo, como as outras serpentes, por meio de uma flexão múltipla, mas avança firme e ereto. Mata os arbustos, não somente pelo contato, mas respirando sobre eles e fende as rochas, tal é o poder maligno que nele existe." Que bafo eu diria!

Acreditava-se que se o basilisco fosse morto pela lança de um cavaleiro, o poder do seu veneno, conduzido através da arma, matava não somente o cavaleiro, mas até o cavalo.

Tal prodígio não podia deixar de penetrar nas lendas dos santos. Assim, conta-se que um santo homem, indo a uma fonte no deserto e vendo, de repente, um basilisco, levantou logo os olhos para o céu e, graças a um piedoso apelo à Divindade, fez o monstro cair morto a seus pés.

Os poderes maravilhosos dos basiliscos são atestados por vários sábios, como Galeno, Aviceno, Scaliger e outros. Por vezes, algum deles duvidava de uma parte da lenda, mas admitia o resto. Jonston, um médico letrado, observa sensatamente: "Seria difícil de acreditar que ele mata com o olhar, pois, assim sendo, quem o teria visto e continuado vivo para contar o caso?" (faz sentido, mas toda lenda tem disso). Imagino que seja o olhar dele que mata, e não só de olhar pra ele, neste caso, só se morreria de susto.

O digno sábio não sabia que aqueles que iam caçar o basilisco dessa espécie levavam consigo um espelho, que fazia refletir a horrível imagem sobre o original, fazendo o basilisco matar-se com sua própria arma.

Mas quem seria capaz de atacar esse terrível monstro? Há um velho ditado segundo o qual "tudo tem seu inimigo" e o basilisco intimidava-se diante da doninha. Por mais amedrontador que fosse o aspecto da serpente, a doninha não se preocupava e entrava na luta ousadamente. Quando mordida, retirava-se por algum tempo para ingerir a arruda, que era a única planta que o basilisco não fazia murchar, e voltava a atacar com redobrado vigor e coragem, não deixando o inimigo enquanto não o estendia morto no chão. O monstro, como se consciente da estranha maneira pela qual vinha ao mundo, votava, também extrema antipatia ao galo e estava sujeito a exalar o último suspiro tão logo ouvisse o canto daquela ave. Além desses, o mais clássico inimigo seu, como eu já citei era o Grifo.

O basilisco tinha alguma utilidade depois de morto. Se sabe assim, que sua carcaça era colocada no templo do deus Apolo, e em casas particulares, por ser um remédio soberano contra aranhas, e que também era posta no templo de Diana, motivo pelo qual nenhuma andorinha se atrevia a penetrar no recinto sagrado.

Assim como a maioria desses animais fantásticos e mitológicos, temos muitos animais “batizados” com seus nomes. O Basilisco não foge à regra. Há um lagarto com esse nome (tanto nome cientifico quanto o nome vulgar), mas aí é outra história.

1 Comments:

Anonymous Rafael Calçada said...

Muito boa a postagem. Me interessa muito a heráldica. Gosto de lendas e mitos sobre criaturas heráldicas.

12:34 AM  

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