domingo, setembro 10, 2006

A Mulher de Job - Georges de La Tour

A mulher de Job – Georges de La Tour - Museu de Vosgos, Epinal

A descrição de quadros (do que o autor quer passar) é algo fantástico, eu desconhecia em muitas coisas desse tipo, mas fiquei fascinado por isso desde que vi pela primeira vez.

Sempre admirei artes de todos os tipos, mas a admiração por obras como essa (quadros) veio de uma ex-namorada minha que me ensinou a olhar melhor e ver detalhes que antes passavam desapercebidos. Mas ainda assim nunca tive um senso crítico para isso (e não que hoje eu tenha). Tenho um pouco apenas para outros tipos de artes como as dos quadrinhos (reconheço até centenas de desenhistas pelo estilo, mas também sei reconhecer algumas telas). As vezes me colocava em bibliotecas pegando grandes e antigos livros, só para tentar “digerir” todas aquelas obras e quadros que neles vinham.

A primeira vez que vi algo assim (a descrição de um quadro em detalhes) foi no canal Futura, em um programa ao qual não me recordo, mas que me deixou grudado na tela querendo mais e mais. Nunca vi tantos detalhes “ocultos” ou tantas mensagens ou idéias, e não falo dos quadros de Da Vinci, mas de todos os outros (milhões que há no mundo).

Lendo uma revista que minha tia me emprestou, voltei a achar umas dessas descrições e mais uma vez fiquei “babando”, pois antes tinha apenas passado uma vista rápida sobre tela sem nada demais notar, achando que nada mais era que um simples quadro e imagem. Quando li a descrição feita, passei a fitar a imagem por “séculos” vendo até mais do que foi dito, minha imaginação foi longe, foi elevada a altos patamares. Belo, sinistro e bizarro, fabuloso, são tantos adjetivos que nem sei descrever bem. Vou postar aqui o que tinha na revista e depois de lerem olhem novamente para imagem. Seus olhos não serão mais os mesmos.

A mulher de Job – Georges de La Tour

Dentro do sugestivo estilo sombrio de La Tour, este óleo sobre a tela é especialmente impressionante. Poucas vezes a bondade e a resignação foram representadas de forma tão esmagadora pela tentação do mal.

Dessa forma se ergue a dominadora esposa de Job, ocupando sua grande, quase obsessiva, figura mais da metade da cena. Segurando debaixo dos braços a enorme saia, que é um pano de fundo que oculta o esposo de qualquer outra visão e o isola mais do que já está. O foco de luz, a vela onipresente em La Tour, ilumina esta zona, e não é por acaso: o que mais iluminado é o bolso, o que mais importa para essa mulher, muito mais que a saúde do marido, é um bolso que agora está vazio porque Deus secou o abastecimento.

Toda ela se ergue ameaçadora, ocupando o espaço, o mundo terreno do ancião; fala-lhe, conta-lhe sobre seu estado, enquanto ele, com o rosto oculto na sombra, a contempla quase no estupor, quase com o rosto moribundo. Apenas há luz para ele, que, com mãos entrelaçadas, não sabemos se roga compaixão ou reza por sua entrega.

A composição do quadro é retangular, dividido em duas linhas verticais, por sua vez cortadas por duas diagonais: as mãos da mulher e o joelho-mãos-cabeça do homem.

O colorido, muito frio e com poucas variantes dentro da gama de ocres, cria uma atmosfera triste, quase ameaçadora. A escuridão do fundo isola o casal de todo contato com um mundo que lhes abandonou, mais além da clausura que, como já dissemos, é criada pela saia da mulher.

Disse Job em seu livro: “Meu espírito se extingue, meus dias se acabam, apenas me resta o sepulcro”. Dessa maneira, vemo-lo na mínima chispa de luz que se mantém entre minhas pálpebras quase fechadas.

Descrição por Mª Ángeles Fernández.



Veja a debilidade desse homem e as trevas que o envolvem, trevas que podem estar inseridas em um quarto, porão, ou mesmo no meio de uma rua (um cenário apocalíptico?). Se coloque no lugar desse homem...Assustador não? E aí, está vendo a mesma imagem que viu de início, antes de ler isto ai em cima? Não creio...

Legal né? Quando tiver mais tempo e disponibilidade vou procurar mais descrições como esta, e irei postar aqui. Pessoalmente espero sim achar mais, pois gostei muito de todas as que eu vi.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

uhahauuhahua ta certo to branca né?!
garanto q tu ta mais!!
nada nao sabado eu aporveito e pelo menos vermelha eu fico kkkkkkk
t amo e t adoro bjs mari=**

2:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

mulher cruel...
uma pessoa dessa merece morrer, neh naum?
mas msm assim eh um quadro mt bonito! ja leu o codigo da vinci? fala mt sobre detalhes em telas, e eh um bom livro!
bj, bu!

2:20 PM  
Blogger Unknown said...

do caramba essa pintura! o jogo de luz e sombras! massa! queria saber pintar assim!

4:48 PM  

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